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Mostrando postagens de agosto, 2009

Nomes do Flamenco - Javier Barón

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Pouca gente fala dele por aqui, mas Javier Barón é simplesmente um bailaor flamenco completo. Nascido em 1963, este sevilhano dança desde muito jovem, tendo recebido, aos 14 anos, uma menção especial no VIII Concurso Nacional de Córdoba. Anos mais tarde, Barón ganharia prêmios tais como o "Gente Joven" (da TV espanhola) e "Giraldillo del Baile" (Bienal de Sevilha, 1988) e Prêmio Nacional da Dança 2008. Dentre os grandes nomes com quem Javier Barón dividiu o palco, estão Antonio Gades, Sara Baras e Isabel Bayón. Como somos fãs assumidas (há anos), na OF existem disponíveis algumas gravações desse fantástico bailaor em VHS, a partir de vídeos transmitidos pela TVE na década de 1990. Tentaremos digitalizá-las para disponibilizar para os alunos da escola em nosso blog. Mas, enquanto isso, é possível assistir um pouquinho de seu baile no youtube, em registros como esse aqui, que é simplesmente fantástico (especialmente porque o saudoso Chano Lobato é quem o acompanha no

Vale a pena refletir...

Em 2001, o bailaor e coreógrafo Javier Latorre convocou a imprensa sevilhana para ler o que ele considerou como um "Manifesto", cujo intuito era denunciar a situação pela qual a dança flamenca estava passando naquele momento. Muito embora suas palavras não devam ser encaradas como incontestáveis, elas ainda parecem bastante atuais e nos fazem pensar em muitas coisas que temos visto ao longo desses 11 anos de Oficina Flamenca. Demos destaque a esse trecho, pois ele tem muito a ver com o que costumamos conversar com nossos alunos, especialmente no âmbito do curso de cultura - ocasião em que temos oportunidade de debater sobre o assunto. Algumas pessoas podem discordar do que ele fala, mas pelo menos ele expõe uma situação real e merece ser pensada de forma crítica, ao invés de ser compreendida como "natural". "La coreografía no es una ciencia infusa ni la consecuencia de una aparición divina o una experiencia mística, sino el producto de un aprendizaje continuo,

Projeto Noches Flamencas - As juergas voltaram!

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Não há nada como uma juerga flamenca! De fato, a juerga é a representação da alegria contagiosa do flamenco. Seja em um típico ambiente gitano (cigano) na Espanha ou qualquer outro lugar, é comum os aficionados pelo flamenco se reunirem para cantar, tocar e dançar. Nessas ocasiões, gente anônima e sem pretensões profissionais tem a oportunidade de mergulhar em uma empolgante festa, que pode ter ou não um pretexto comemorativo, mas que, na maioria das vezes, deseja simplesmente celebrar a alegria de viver e bailar. As irmãs Patrícia e Renata El-moor, proprietárias da Oficina Flamenca, há muito desejavam trazer para Brasília esse genuíno prazer flamenco. E foi na Taberna Mittelalter que elas encontraram o cenário perfeito. Certamente não há um ambiente mais propício e acolhedor, onde as pessoas possam se sentir mais à vontade e onde qualquer um dos presentes pode se entregar com as performances mais variadas. A diversão começa antes da juerga , pois muitas pessoas capricham no visual

Série Guitarrísimo

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Para quem está em Brasília, aí vai uma dica! Parte da Série Guitarrísimo , promovida pelo Instituto Cervantes, o violonista chileno Marcelo de la Puebla promoverá neste dia 23 de agosto um belíssimo recital. O concerto está dividido em duas partes: na primeira o artista busca obras que possam contribuir para a convivência humana, como Ecos de Sefarad, de Joaquín Rodrigo, que se apropria de um dos mais belos temas da cultura Sefardita, La Rosa Enflorece. Nesta parte interagem as culturas européia, africana e latino-americana, fazendo com que as tradições judaica, cristã, islâmica e pagã convivam em harmonia. Na segunda parte homenageia a Victor Jara, um dos mais representativos artistas como Juan Antonio Sanchez e Leo Brower. A apresentação é gratuita!

Flamenco Hoy

Pessoal, vale a pena ler a crítica publicada no DeFlamenco sobre o espetáculo Flamenco Hoy dirigido por Carlos Saura, que estreou dia 19 em Madri e segue até 23 de agosto na capital espanhola. "Si a mediados de los noventa Carlos Saura hizo en su película un retrato amplio del flamenco en ese tiempo (de Belén Maya al Agujetas, de Manzanita a Matilde Coral, etc), en este espectáculo nos muestra una nutrida representación del presente y del futuro del flamenco." Os vídeos a seguir mostram pequenos trechos do show. Um deles (postado pelo site DeFlamenco) mostra um arranjo bem moderno feito para as Sevillanas Corraleras. Está lindo! Mas, é impressionante ver o ritmo com que as mudanças chegam ao flamenco a cada dia!

Nomes do Flamenco - María Pagés

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María Pagés é uma bailaora sevilhana reconhecida internacionalmente cuja formação se deu nas mãos de mestres como Matilde Coral e Manolo Marín. Nascida em 1963, aos 14 anos iniciou sua carreira profissional, como solista nas companhias de Antonio Gades, Mario Maya, entre outros. No final dos anos 80, María deixou de interpretar o trabalho de outros artistas para começar a desenvolver e explorar suas próprias idéias coreográficas. Em 1990 fundou a Companhia María Pagés, que debutou com o espetáculo “Sol y Sombra”. Já recebeu vários prêmios por suas coreografias, sempre inovadoras, que confrontam música clássica, tango, pop, além de outros estilos, com o flamenco (procurem no youtube ela dançando "Imagine"!). Desde 1995 atua no projeto “River Dance Show”, montagem que apresenta dança irlandesa com outros tipos de dança em vários teatros internacionais. Sua trajetória profissional foi referendada em 2002, quando recebeu o Prêmio Nacional de Dança da Espanha na categoria “criaçã

Al Son de Farruco

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Até o dia 23 de agosto é possível conferir uma série de espetáculos formidáveis em Madri! Desde final de junho, a capital espanhola sedia a 24ª edição do "Veranos de la Villa". Com uma programação bastante eclética, o festival não poderia deixar de lado o público flamenco! E, para agradar os amantes dessa arte, foram selecionados shows incríveis, dentre os quais podemos citar Flamenco Hoy, dirigido por Carlos Saura e "Al son de Farruco" (vide foto acima, "emprestada" do DeFlamenco.com), que contou com Farru no baile e Antonio Rey no violão. Aliás, segundo a crítica, Farru (irmão mais novo de Farruquito) está com a bola toda! Parece que a apresentação do último dia 12 foi simplesmente um arraso! Sorte de quem foi, não? Só nos resta ficar na torcida para que alguma alma caridosa divulgue trechinhos desse espetáculo! rsrsrs Enquanto isso, podemos conferir Farru em outros vídeos disponíveis no youtube, como, por exemplo, esse abaixo, onde ele, na época com 18

Nomes do Flamenco - Vicente Escudero

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Bailaor e bailarino, Vicente Escudero nasceu em 1887 (cabe mencionar que alguns livros indicam que ele teria nascido em 1892) e faleceu em 1980. Não era gitano, ainda que muitos tenham afirmado que sim. Mas, segundo declarou em seu livro autobiográfico (denominado 'Mi baile'), sua infância transcorreu entre os gitanos. Vicente Escudero explica também em seu livro como começou a fazer os primeiros redobles nas tampas de bocas hidráulicas em sua cidade natal e como, aficionado por esse exercício, passava o dia correndo de uma a outra tampa para comprovar os diferentes sons. "Em todas era diferente, e por isso as preferia ao solo que não soava ou as madeiras das mesas que tinham uma vibração mais opaca". Depois decidiu dedicar-se ao baile, fazendo suas primeiras escapadas pelos povoados da província para atuar em praças e cafés durante as festas. Viajava freqüentemente com aspirantes e toureiros, e talvez dessa convivência com eles, lhe surgiu sua paixão pela festa naci

Nomes do Flamenco - Carmen Amaya

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Carmen Amaya é considerada por muitos uma das maiores dançarinas de flamenco que já existiu. Durante o auge de sua carreira, nos anos 1940 e 1950, ela se tornou um ícone cultural internacional, que combinava fúria com ternura – uma mulher selvagem e exótica com um orgulho feroz da Espanha e um espírito gitano incontrolável. Carmen começou sua carreira ainda criança, quando tinha apenas 4 anos de idade. E por toda a sua infância ela se apresentou ao lado de seu pai em tabernas e salões artísticos de Barcelona, cidade onde nasceu. Em sua adolescência ela já estava no caminho de se tornar um sucesso internacional. O período “masculino” de Carmen Amaya se refere à primeira fase de seu baile, que rompeu com muitas das tradições do velho flamenco que era dançado nas festas. Muito da tranqüilidade, da ênfase absoluta na feminilidade por meio do movimento fluido dos braços, das mãos e torso superior foi substituído pelos desplantes e pela “máquina de sapateado”, pela força, pelo impulso e pelo

Juerga Flamenca

A juerga flamenca é uma expressão espontânea que celebra um acontecimento dentro da comunidade gitana, em que os participantes não costumam ser profissionais nem de cante nem de baile. Gente anônima, do povo, que mergulha em uma apoteose musical até – em muitas ocasiões – o amanhecer. É a representação da alegria contagiosa do flamenco. Uma experiência coletiva que invade sem protocolos a vida diária do sentir flamenco. Em uma juerga não há livro, roteiro, coreografia e nem se seguem pautas. O cantaor ou cantaora arranca por soleares, por exemplo. O tocaor deixa a bebida que tem em suas mãos e o acompanha, e em qualquer momento se levanta de sua cadeira a bailaora ou o bailaor e faz com que brote tudo o que lhe faz sentir aquela música em seus pés, seus braços, sua cintura. Surge algo tão indescritível que só vivendo essa situação para saber como é. É algo que não repete. Porque este momento criado pela voz, violão e baile nunca foi ensaiado, nasce desse instante, não possui medida .

Arquivo N - Antonio Gades

Finalmente a Globo News disponibilizou o documentário sobre Antonio Gades exibido no Arquivo N da semana passada! É simplesmente maravilhoso!! É bom aproveitar para assistir logo, pois não tenho idéia de quanto tempo ficará no ar!